quarta-feira, 25 de julho de 2012

CÂNCER DE MAMA Novo medicamento será incorporado no SUS


O medicamento de alto custo, Trastuzumabe, reduz as chances de reincidência da doença. Ministério da Saúde investirá R$130 milhões/ano para disponibilizá-lo à população.
O Ministério da Saúde (MS) vai incorporar o Trastuzumabe, um dos mais eficientes medicamentos de combate ao câncer de mama, no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa faz parte do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, estratégia para expandir a assistência oncológica no país, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, no ano passado. O ministério investirá R$130 milhões/ano para disponibilizar o medicamento à população.
O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres, com uma estimativa de mais 1,15 milhão de novos casos a cada ano, e responsável por 411.093 mortes a cada ano. No Brasil, estimam-se 52.680 novos casos em 2012/2013. Em 2010 ocorreram 12.812 mortes por causa da doença. E neste ano, o Ministério da Saúde já custeou mais de 100 mil procedimentos para quimioterapia do câncer de mama inicial ou localmente avançado.
“A expectativa é que o Trastuzumabe beneficie 20% das mulheres com câncer de mama em estágio inicial e avançado”, afirma o ministro da saúde, Alexandre Padilha.
A partir da publicação, nesta semana, no Diário Oficial da União (DOU), o SUS
tem prazo de 180 dias para efetivação de sua oferta á população brasileira. O novo medicamento reduz as chances de reincidência do câncer.  A incorporação do Trastuzumabe foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para o tratamento de câncer de mama inicial e avançado.
INCLUSÃO - O Trastuzumabe é um dos primeiros medicamentos incorporados no SUS a partir da Lei 12.401, de 2011. O decreto, que cria uma Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), define regras que garantem a proteção do cidadão quanto ao uso e eficácia desses medicamentos, que devem ter registro nacional e serem reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O documento estabelece também que seja publicado um protocolo de como e quais as situações que o medicamento deve ser utilizado. “A Conitec é um aprimoramento do sistema de incorporação de novas tecnologias, protegendo o cidadão e reduzindo os riscos de judicialização do medicamento, que muitas vezes é recomendado de forma indevida”, destaca o ministro. 
O medicamento é um dos mais procurados. Em 2011, o ministério gastou R$ 4,9 milhões para atender a 61 pedidos judiciais. Esse ano já foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra do Trastuzumabe por demanda judicial. 
De acordo com o ministro Padilha, essa aquisição só foi possível devido à economia de custos gerada por inovação tecnológica, parcerias público-privadas, comparação de preços internacionais e a centralização de compras. “A melhor gestão dos recursos possibilitou gerar uma economia de R$ 1,7 bilhão/ano no orçamento do ministério. Isso nos permite ampliar o acesso dos brasileiros às novas tecnologias”, explica.Por Rhaiana Rondon, da Agência Saúde – Ascom/MS
Atendimento à imprensa – 3315-2918

O que a vítima deve fazer? - Assédio moral no trabalho

"Essa vitoria não é só minha mas de toda classe trabalhadora, e que servirá de motivação e exemplo a todo e qualquer trabalhador(a) que passa ou passou por esta situação e que servirá de alerta a todos(as) os chefes, patrões e coordenadores de unidade de Saúde, que perseguem, maltratam e humilham a nós Agentes de Saúde, " disse Alexandre Barros. Ele afirmou que lutou contra a coordenadora "afastada" da empresa ABCR e da Prefeitura de Fortaleza.O que a vítima deve fazer?

Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.
Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).
Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.
Importante:

Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser "a próxima vítima" e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!

Lembre-se:

O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vimos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e aumento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade, a identidade, o respeito no trabalho e a auto-estima, deve passar pela organização de forma coletiva através dos representantes dos trabalhadores do seu sindicato, das CIPAS, das organizações por local de trabalho (OLP), Comissões de Saúde e procura dos Centros de Referencia em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Comissão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igualdade e Oportunidades e de Combate a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão que existem nas Delegacias Regionais do Trabalho.

O basta à humilhação depende também da informação, organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em que haja "vigilância constante" objetivando condições de trabalho dignas, baseadas no respeito ’ao outro como legítimo outro’, no incentivo a criatividade, na cooperação.

O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.

Agentes Comunitários são demitidos e não recebem seus direitos

Um impasse entre a Cruz Vermelha Brasileira, filial do município, e o governo municipal motivou uma manifestação, na quarta-feira, de Agentes Comunitários de Saúde. Com gritos de “prefeito cadê você eu trabalhei quero receber”, a mobilização aconteceu em frente à sede da Secretária Municipal de Saúde (SMS) e da Prefeitura. Os 44 trabalhadores, que foram demitidos no início do mês, reivindicavam o recebimento de suas verbas rescisórias.

A Prefeitura joga a responsabilidade para a Cruz Vermelha do município que afirma ser da Administração Municipal. Depois do manifesto, a Prefeitura de Barra do Piraí recebeu, através da Procuradoria do Município, uma comissão de pessoas representando os Agentes de Saúde e o Sindicato dos Empregados de Saúde do Sul Fluminense (SESF) para uma reunião. Foi informado na reunião que a Cruz Vermelha manteve com um contrato de terceirização de serviços com a Prefeitura até a realização do Concurso Público. E com o chamamento dos concursados e a rescisão do contrato, a Cruz Vermelha demitiu seus trabalhadores e alega não ter como pagar as rescisões, mesmo tendo recebido em dia os repasses do governo municipal para a administração dos serviços.

Ainda na reunião, a Procuradoria do Município, tendo como representante o advogado José Mauro Filho, explicou que o contrato de prestação de serviços era com a Cruz Vermelha, que contratou e assinou a carteira de trabalho dos prestadores. “A Prefeitura de Barra do Piraí tem por prática o cumprimento de todos os contratos em dia. Não podemos ser responsabilizados se a Cruz Vermelha recebeu e não fez o pagamento correto nas rescisões”, comenta o advogado. Ficou acertado também que haverá mesa redonda onde o município irá apresentar todos os seus comprovantes de pagamento com os demais envolvidos para a resolução dos problemas.



PRESIDENTE DO SESF PARTICPA DA REUNIÃO


A presidente do Sindicato dos Empregados de Saúde do Sul Fluminense (SESF) Regina Medeiros, explicou que os 44 agentes foram dispensados no último dia 2, para que os aprovados no Processo Seletivo pudessem ser convocados, mas não receberam o que lhes é de direito. “Está acontecendo um jogo de empurra. Todo mundo tira sua responsabilidade. O que não pode acontecer é os trabalhadores arcarem com esse impasse. Eles têm que chegar a um acordo”, analisa.


Regina explicou que se reuniu com o prefeito José Luiz Anchite e com representantes da Prefeitura para tentar alguma saída para o caso, mas nenhum acordo foi feito. “Não viemos para brigar, mas para conseguir uma solução para o problema. Não sei quem é o culpado, se é a Cruz Vermelha ou a Prefeitura. Sei que os trabalhadores demitidos precisam receber”, aponta.


A sindicalista ressaltou que a próxima conversa deve acontecer, em breve, em uma mesa redonda, na Delegacia Regional do Trabalho de Volta Redonda. “Já foi feito o pedido para a realização da mesa redonda, que terá a presença de ambas as partes. Se nada foi resolvido, iremos entrar com uma ação individual no Ministério do Trabalho denunciando o caso. O prefeito se comprometeu a ir. Minha preocupação é chegar o fim do mês e os trabalhadores não receberem. Todos têm contas para pagar”, completa a sindicalista.


PRESIDENTE DA CRUZ VERMELHA ACREDITA EM QUESTÃO POLÍTICA


Ouvida também pela equipe de reportagem do A VOZ DA CIDADE, a presidente da Cruz Vermelha, filial de Barra do Piraí, Hélia de Carvalho Parrini, garante que a instituição nada tem a ver com situação, já que foi contratada, em 2004, pela Prefeitura apenas para dar treinamento aos agentes e fazer o serviço burocrático de escritório. Ela acredita que os verdadeiros responsáveis querem tirar o corpo fora deixando os 44 funcionários, que são pessoas humildes, sem assistência. “É uma ação que choca qualquer um. Ao invés de proteger o povo, o governo municipal faz os trabalhadores se meterem nessa confusão sem tamanho”, declara, lembrando que não sabe como esses funcionários foram contratados e agora são deixados de lado.


Para a presidente da Cruz Vermelha, tudo o que está acontecendo não passa de questão política, já que seu marido, o ex-presidente da entidade José Luiz Parrini é candidato a prefeito pelo PDT, partido que não apóia o candidato do atual prefeito. “Não acho que isso seja uma questão política. Eu tenho certeza de que é. Tudo isso para fazer tumulto eleitoral. Na verdade, querem desmoralizar a candidatura do meu marido e acabam atingindo pessoas humildes, trabalhadoras que precisam trabalhar para sobreviver”, declara, lembrando que ao invés de fazer uma campanha alegre competitiva honestamente, tratam de fazer do pleito uma briga pessoal que acaba sobrando para pessoas inocentes. “A população não merece tanto desgosto. Demitiram essas pessoas simples e capacitadas para contratar outras sem nenhuma capacitação. Não estão nem ai como será o tratamento da população”, completa.


A presidente lembra ainda que, há oito anos, a Cruz Vermelha atendeu bem a prefeitura. A partir deste ano, tudo mudou. Por isso, ela garante que a questão é política. “Preparamos um texto de esclarecimento para a população. Estamos explicando tudo o que aconteceu. Para se ter uma idéia, o Hospital da Cruz Vermelha, que conta com 40 leitos e funciona desde 1932, não recebe nenhuma verba da prefeitura, vive de ajuda de voluntários, dos poucos associados e da população em geral. O hospital tem como objetivo atender a população carente. Por isso, quem trabalha na unidade oferece serviço gratuito. Todos nós somos voluntários. Fazemos um belo trabalho gratuito, por isso ficamos tristes ao ver o poder público agir dessa maneira”, avalia.


A agente Roselane Aparecida Marques contou que ficou sabendo que seria demitida no próprio dia 2. “Eles ligaram de manhã para o posto de saúde pedindo que levássemos a nossa carteira para dar baixa. Foi um susto. Temos filhos, contas para pagar e não recebemos nada até hoje e nem temos previsão de quando iremos receber”, fala.


Há cinco anos trabalhando como agente, Esli Cortes da Silva Siqueira, 57 anos, não sabe como irá fazer se não receber os valores rescisórios. “Somos quatro pessoas lá em casa. Meu marido infartou e está encostado recebendo um salário mínimo. Preciso do dinheiro para ajudar a sustentar minha família”, conclui.